Ontem um grupo de estudantes foi severamente agredido por policiais militares na capital do país. Os estudantes foram tratados como bandidos ao protestarem contra um verdadeiro bandido, o governador do DF José Roberto Arruda.
São cenas que nos remetem à ditadura e também à ação policial no jogo de futebol realizado no DF em 2008 entre São Paulo e Goiás. Na ocasião um torcedor foi assassinado por um policial militar em frente às câmeras. Numa tentativa de golpear o torcedor com uma coronhada (o que já é inadmissível), o policial disparou a arma “sem querer”, acertando um tiro na nuca do torcedor que morreu na hora.
Ontem os policiais de nossa capital mais uma vez mostraram o seu despreparo ao agredir até mesmo cinegrafistas e repórteres que flagravam a violência dos policiais contra pessoas que já estavam deitadas no chão, pessoas essas que foram pisoteadas por cavalos e agredidas com cacetetes pelos policiais.
Mas vale lembrar que este protesto era pedindo a saída do governador José Roberto Arruda, o mesmo Arruda que foi flagrado ao fraudar o placar eletrônico do senado há alguns anos.
A data do protesto coincidiu com o dia em que o Presidente Lula enviou uma proposta à câmara dos deputados para transformar crimes de corrupção em crimes hediondos.
Mas seria muito mais útil se ao invés de criarem um novo projeto de lei, simplesmente aprovassem um dos quatro outros projetos de lei iguais a este. Na câmara de deputados já circulam projetos como este desde 2004 quando o então deputado Babá sugeriu a tipificação de hediondo para este tipo de crime.
Já em 2005 outros dois projetos foram enviados à câmara, um do então senador Hélio Costa (PMDB) e outro do senador Paulo Paim (PT).
Outra verdade é que se quando um político estiver sendo julgado sobre um crime de corrupção não pudesse se candidatar, o governador Arruda não seria governador. E teríamos sido poupados de mais um representante da nação colocando dinheiro em suas roupas íntimas.
No Brasil o problema não são as leis, e sim o não cumprimento das mesmas.